quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tire nove dúvidas sobre o linfoma não-Hodgkin- o cancer de Reynaldo Gianecchini,

O câncer no sistema linfático é uma doença que ataca os gânglios linfáticos e está cada vez mais comum em países desenvolvidos. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a cada ano aproximadamente 10 mil novos casos de linfomas não-Hodgkin são registrados no Brasil. O caso mais recente e conhecido de diagnóstico da doença é o ator Reynaldo Gianecchini, que receberá tratamento com quimioterapia.

"Esse tipo de linfoma tem dezenas de subtipos, mas muitas pessoas nem sabem que ele existe. Por isso, é sempre bom deixar algumas informações para quem quer saber mais sobre essa doença ainda pouco discutida", diz a hematologista Jane de Almeida Dobbin, chefe do Serviço de Hematologia do Instituto Nacional do Câncer. Esclareça nove dúvidas sobre o linfoma do tipo não-Hodgkin:

Qual é a diferença entre o linfoma de Hodgkin e o linfoma não-Hodgkin?

"A única diferença entre esses dois tipos de linfomas é que o de Hodgkin apresenta células reed-sternberg, enquanto o segundo caso não. Parece pouco, mas essa pequena diferença muda drasticamente o tipo de tratamento a ser usado no paciente", diz a hematologista Jane de Almeida Dobbin chefe do Serviço de Hematologia do Instituto Nacional do Câncer.

Quais os lugares do corpo ele pode aparecer?

Os linfomas não-Hodgkin podem aparecer em qualquer área do corpo que tenha linfonodos, como por exemplo pescoço, axila, virilha e abdômen. "Na maioria das vezes, o paciente percebe que alguma coisa está errada quando uma dessas áreas fica inchada sem motivo", explica Jane Dobbin.

"Em casos mais agressivos, o gânglio pode crescer e causar uma compressão ou obstrução das artérias e veias. No caso do pescoço, isso acaba prejudicando o transporte de nutrientes ao cérebro", conta.

Existem fatores de risco?

Segundo a especialista, 90% dos casos de linfomas são diagnosticados sem saber a causa. "Os casos de linfomas não-Hodgkin em países desenvolvidos estão crescendo cerca de 3% anualmente. Mas não se sabe ao certo por quê", diz a hematologista.

Alguns casos dessa doença são relacionados ao contato com pesticidas, herbicidas e produtos derivados do benzeno, uma substância tóxica que está relacionada a vários outros tipos de câncer. Além disso, ela também pode ser causado por bactérias ou vírus, como o HIV.
"QUando o linfoma é mais agressivo as chances de cura são maiores. Nos casos em que as chances chegam perto de zero, a sobrevida dos pacientes pode ser de várias décadas de vida e praticamente não há sintomas no diagnóstico"
Quem tem casos na família precisa se preocupar?

De acordo com a hematologista Jane Dobbin, esse tipo de linfoma não é hereditário. É bastante difícil, mas não impossível, encontrar duas pessoas na mesma família que sofreram com a doença.

Quem sofre mais: homens ou mulheres?

Nos casos de linfoma, o sexo não influencia tanto as chances da doença como as chances de cura. "Como 90% são causas desconhecidas, é impossível fazer qualquer relação com o gênero masculino ou feminino", esclarece a hematologista.

A alimentação influencia a formação de linfomas Não-Hodgkin?

De acordo com a especialista, não há indícios de alimentos específicos que causem ou previnam diretamente a formação de linfomas Não-Hodgkin. No entanto, assim como em outras formas de câncer, dietas ricas em verduras e frutas podem ter efeito protetor contra o desenvolvimento de linfomas.

Como é feito e quanto dura o tratamento?

Como há uma variedade grande de tipos de linfomas não- Hodgkin, o tratamento pode variar. Pode ser feita quimioterapia, radioterapia e imunoterapia de maneiras isoladas ou, em alguns casos, de maneira combinada. Nos casos de linfomas indolentes, muitas vezes, é preciso apenas o acompanhamento médico, que dura até o fim da vida do paciente.

Não existe tempo certo para o tratamento, já que isso depende do quadro em que está o paciente e do tipo de linfoma.

Quais são as chances de cura?

Enquanto os linfomas de Hodgkin têm chance de cura de aproximadamente 75%, o grande número de tipos de linfomas Não-Hodgkin faz com que as chances de cura varie muito. "Além disso, as chances de cura variam de acordo com alguns outros fatores, como idade, anemia e quantidade de linfonodos afetados, que são específicos para cada paciente", explica a hematologista.

As chances de cura podem variar de zero, quando o linfoma é indolente, até aproximadamente 90%, quando ele é classificado como agressivo.

"Quando o linfoma é agressivo as chances de cura são maiores. Nos casos em que as chances chegam perto de zero, a sobrevida dos pacientes pode ser de várias décadas de vida e praticamente não há sintomas na época do diagnóstico", diz Jane Dobbin.
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Existem cuidados que devem ser tomados durante o tratamento?

Como o tratamento com quimioterapia e radioterapia acaba diminuindo a imunidade do corpo dos pacientes, é preciso evitar alguns tipos de alimentos que podem causar intoxicação alimentar. "Alimentos crus devem ser evitados, já que têm maiores chances de conter bactérias. Atividades que aumentam as chances de cortes ou ferimentos também devem ser evitadas", alerta Jane Dobbin.

Alimentos pesados também podem aumentar um efeito colateral da quimioterapia: as náuseas. "Mesmo que hoje contemos com um arsenal de terapias químicas que amenizam sintomas como náusea e tontura, alimentos pesados, por demorar a serem digeridos, podem deixar os pacientes desconfortáveis", diz a hematologista Jane de Almeida Dobbin chefe do Serviço de Hematologia do Instituto Nacional do Câncer.

sábado, 13 de agosto de 2011

EXERCICIOS FISICOS DIMINUEM RISCO DE CANCER.

Cerca de 150 minutos de exercícios semanais podem reduzir a recorrência de tumores malignos e o risco de morte em pacientes com câncer, segundo o relatório Move More da Macmillan Cancer Support

Novo relatório da Macmillan Cancer Support, uma instituição de caridade britânica, sugere que fazer exercícios regularmente pode oferecer benefícios significativos à saúde de pacientes com câncer e sobreviventes de um tumor maligno.

O relatório, conhecido como "Move More", é baseado em 60 estudos e pesquisas envolvendo mais de 400 profissionais de saúde que falam sobre a importância do exercício para o sucesso do tratamento do câncer. Em uma declaração, Ciaran Devane, o executivo-chefe da Macmillan Cancer Support, disse que "Os pacientes com câncer ficariam chocados se soubessem o quanto benéfico é a prática de uma atividade física para a sua recuperação e saúde a longo prazo".

Segundo o relatório, exercitando-se 150 minutos semanais, um paciente com câncer de mama pode diminuir o risco de recorrência ou morte em 40%, enquanto que um paciente com câncer de próstata pode diminuir o risco de morte em 30%. Aumentar os níveis de atividade física também pode reduzir o risco de câncer de cólon em até 50%.

Além disso, pacientes com câncer que se exercitam regularmente podem aliviar efeitos colaterais dos medicamentos como fadiga, depressão, osteoporose e doenças cardíacas. O presente artigo de revisão mostra que o exercício físico não aumenta a fadiga durante o tratamento. Ao contrário, ele pode de fato aumentar a energia após o tratamento. Outra conclusão é que os 150 minutos semanais recomendados podem reduzir a chance de morrer pela doença e também ajudar a reduzir o risco de o câncer voltar.

Segundo Devane, os exercícios realizados não precisam ser extenuantes. Práticas como jardinagem, uma caminhada rápida ou um mergulho já são suficientes para melhorar a saúde.

Também no relatório, o American College of Sports Medicine observou que o exercício durante e após a maioria dos tipos de tratamento para câncer é seguro e recomendado para os sobreviventes para evitar a inatividade.

A pesquisa destaca que mais da metade dos clínicos gerais, oncologistas e enfermeiros não compartilham os benefícios do exercício físico com seus pacientes com câncer. O reconhecimento de que o exercício físico é muito importante para a sobrevivência e o processo de recuperação dos pacientes pode mudar esta maneira de agir.

Fonte: Macmillan Cancer Support



NEWS.MED.BR, 2011. Cerca de 150 minutos de exercícios semanais podem reduzir a recorrência de tumores malignos e o risco de morte em pacientes com câncer, segundo o relatório Move More da Macmillan Cancer Support. Disponível em: . Acesso em: 13 ago. 2011.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O QUE SÃO DEPRESSÕES?

Depressões. O que são?

O que são depressões?

Depressões são quadros clínicos de rebaixamento do estado de ânimo, vivenciados com tristeza, desânimo extremo e inibição das funções psicofísicas. Há diversos tipos de depressões, que vão desde aquelas que são reações a acontecimentos traumatizantes até outras extremamente graves, verdadeiras doenças depressivas, chamadas depressões maiores, ou endógenas, em virtude de sua causação interna. A diferença entre elas não é apenas de intensidade, mas também de natureza. Enquanto as depressões reativas passam-se apenas no plano psíquico, as últimas afetam também o corpo. Além do sentimento de tristeza elas também alteram negativamente o brilho dos olhos, o tom da voz, a agilidade dos movimentos, os ritmos fisiológicos, etc.

Nas depressões-doença parece não haver acontecimentos externos desencadeantes e elas sobrevêm mesmo “quando tudo está azul”, à diferença das reações depressivas, nas quais é possível reconhecer um evento desencadeador. As causas delas parecem ser transtornos bioquímicos dos neurotransmissores cerebrais, geneticamente transmitidos. As depressões reativas são devidas a eventos desairosos da vida, como morte de pessoa querida, separações conjugais, fracassos econômicos, etc.

Em quem ocorrem as depressões?

Estima-se que cerca de 15 a 20% da população sofra pelo menos uma experiência depressiva em algum momento da vida. Em alguns países (como a Austrália, por exemplo), uma em cada quatro mulheres e cerca de um em cada oito homens de meia idade já sofreram de depressão.

A depressão é mais frequente em pessoas com idade entre 25 e 45 anos. Também pode acontecer em crianças e adolescentes, em situações como separação dos pais, problemas na escola e rejeição. Os sintomas da depressão nas crianças são diferentes daqueles dos adultos e incluem tristeza, incapacidade de se divertir, irritabilidade, dores de cabeça, cólicas abdominais, mau desempenho escolar, desânimo, dificuldades de concentração ou alterações do sono e da alimentação.

As mulheres são mais afetadas pelas depressões, na proporção de 2 para 1. Esta diferença, contudo, não existe em crianças ou a partir dos 50-55 anos, o que sugere que ela se deva também a fatores hormonais.

Quais as causas da depressão?

As depressões têm causas múltiplas. Acredita-se que nas depressões endógenas haja uma grande participação hereditária, via transtorno dos neurohormônios cerebrais. As outras depressões são causadas por fatores estressantes, como estilo inadequado de vida, separação dos pais, rejeição, drogas, problemas na escola, etc.

Quais os sintomas mais comuns das depressões?

Três sintomas estão inevitavelmente presentes nas depressões graves, geralmente endógenas:

Profundo sentimento de tristeza, desesperança e pessimismo. Geralmente esse sintoma se acompanha também de ansiedade e sensação de vazio afetivo.
Inibição psicomotora, que implica em diminuição e lentidão das atividades motoras e dos ritmos fisiológicos.
Lentidão do curso do pensamento, fala escassa e lenta, dificuldades de concentração, raciocínio e memorização.
Outros sintomas comuns são: ansiedade, isolamento, falta de vontade de realizar qualquer tarefa, choro imotivado, maus resultados no trabalho ou na escola, vontade de ficar só, intolerância a barulhos, tristeza persistente, baixa auto-confiança e auto-estima, dificuldade de concentração, sentimentos de culpa, desesperança, desamparo, solidão, diminuição do peso, pensamentos de suicídio, inquietação, irritabilidade, auto-agressividade, desleixo no vestir, falta de apetite e perda de peso, incapacidade de sentir prazer, perda de interesses, cansaço desproporcional ao esforço.

Os pensamentos dos depressivos têm sempre um tom pessimista e eles se sentem sem valor, culpam-se injustificadamente por acontecimentos atuais ou passados, sentem-se fracassados. Nos casos mais graves crêem-se irremediavelmente arruinados. Muitas vezes esses deprimidos têm pensamentos de suicídio, que podem levar a efeito. A morte às vezes é vista por eles como “a única saída”. A taxa de suicídio entre depressivos é trinta vezes maior do que a média da população geral. Todo deprimido endógeno deve ser tratado como um suicida em potencial, mesmo que não mencione essa possibilidade. Mais grave ainda é quando esses pacientes, crendo que seus familiares também estão arruinados, os matam, num chamado “suicídio altruísta”.

As depressões endógenas menos intensas, ou as reativas, frequentemente são relatadas pelos pacientes como estando "na fossa" ou com "baixo-astral" e às vezes aparecem como sentimentos de raiva persistente ou tentativa constante de culpar os outros, dores pelo corpo e outros sintomas vagos e indefinidos, etc. Quando se manifestam sob a forma de outros sintomas que não os classicamente depressivos, costuma-se chamar a elas de “depressões mascaradas”.

Diferentemente das duas formas citadas, há aquelas depressões das pessoas cronicamente tristes e pessimistas, em formas mais leves e de causa constitucional ou adquirida, às quais se denominam distimias, transtornos depressivos da personalidade ou depressões neuróticas. Costuma-se também chamar “endo-reativas” a algumas dessas depressões, por entender-se que na causação delas há a conjunção de fatores internos e reacionais. As pessoas distímicas cometem suicídio na mesma proporção que os deprimidos graves e devem, pois, serem objetos do mesmos cuidados que elas.

Qual o tratamento das depressões?

As depressões são doenças reversíveis e, se tratadas adequadamente, curam-se completamente. O tratamento básico das depressões endógenas é feito com medicamentos antidepressivos. Os antidepressivos são medicações que, em geral, não causam dependência e são bem tolerados e seguros, se prescritos de maneira correta e devidamente monitorados pelo médico.

A principal atuação dos antidepressivos é no aumento das monoaminas nas fendas sinápticas cerebrais. Eles também são usados com sucesso no tratamento de diversos outros transtornos como transtornos de ansiedade e fobias e constituem um dos grandes avanços terapêuticos da psiquiatria. Atuam mais eficazmente nas depressões endógenas do que nas reativas. Esse campo da terapêutica psiquiátrica continua em franco progresso e a cada momento surgem novas medicações, mais eficazes e com menores efeitos colaterais.

Nas depressões endógenas podem ocorrer sintomas ostensivamente psicóticos (como delírios e alucinações). Nesse caso, o tratamento medicamentoso é mandatório, além do acompanhamento psicoterápico, coadjuvante.

Em alguns casos, dependendo do conjunto de sintomas, faz-se necessário associar outras medicações, como ansiolíticos ou antipsicóticos. A eletroconvulsoterapia, também conhecida como eletrochoque, pode ser utilizada nas depressões graves, que não tenham obtido resposta satisfatória com os medicamentos.

Nas depressões reativas, a psicoterapia é o tratamento básico mas as medicações são um complemento necessário. Por vezes, ela é o tratamento exclusivo.



ABC.MED.BR, 2011. Depressões. O que são?. Disponível em: . Acesso em: 4 ago. 2011.